Meu nome é Rosení Souza Santos, minha trajetória capilar
com meu cabelo teve altos e baixos ele tem fios cacheados 3b, e quando criança sofri
muito principalmente na hora de ir para escola, pois meus familiares não sabiam
cuidar do meu cabelo e só andava com trancas sofria bulling na escola os
colegas puxavam minhas trancas chamando as de rabo de cavalo. Como eu estudava
pela manha tinha que acordar muito cedo para poder trancar os cabelos e aquilo
era uma tortura, meu cabelo ficava amarado tão forte que minha testa ficava
grande e lá ia eu ser alvo de mais piadinhas e brincadeiras de mau gosto. Ate
chegou um tempo em que minha família alisou meu cabelo pela primeira vez eu
tinha 12 anos dizendo que o cabelo liso é mais fácil para arrumar, dai por
diante cortaram meu cabelo que era bem longo e cheio, eu era uma garota
magrinha com uma linda juba minha avó falava que eu não engordava porque meu
cabelo não deixava.
Depois do primeiro alisamento minha família sempre
alisava quando precisava pois meu cabelo sempre teve um bom crescimento, na
escola os alunos pararam de mim encher o saco, porem era uma tortura para mim
toda a vez que tinha que alisar pois eu mesmo pequena não gostava daquela
rotina de alisamento preferia ir brincar. Aos 18 anos entrei na universidade e
comecei a ter uma nova visão de mundo o que na minha família eu não encontrava então
decidi entrar em transição para voltar os meus cachos, foi muito difícil pois
cortei o cabelo bem curtinho e comecei a usar produtos específicos para cachos
e receitas de hidratação, nutrição e umectação caseiras, a minha família não aceitou
e começou a mim chamar de doida e mendiga e sempre que arrumava meu cabelo
diziam que para que eu fosse pentear o cabelo porque cabelo duro é para para
quem não tem dinheiro para comprar progressiva, e eu como sempre fui uma pessoa
de gênio forte e teimosa respondia dizendo que meu cabelo é minha identidade,
minha herança, meu DNA, o mais engraçado é que minha família são pessoas negras
porem tem preconceitos com elas próprias, os cabelos são lisos por processos químicos
e mesmo assim não mim apoiavam.
De tanto as pessoas mim tratar com diferença eu fui
fraca e o meu cabelo já todo cacheado sem química nenhuma eu alisei outra vez,
meus amigos da faculdade e alguns que não são do curso mim apoiavam e mim
incentivavam, mas a família não apoiava minha decisão. Depois de um tempo eu
entrei em alguns grupos de transição de face book e ficava olhando as postagens
das meninas com os cabelos crespos, cacheados, e ondulados que eram a coisa
mais linda do mundo, depois de ter acalmado o meu psicológico eu decidi entrar
em transição outra vez e nunca mais iria alisar meu cabelo por causa de nada e ninguém
e quem quiser gostar de mim que goste do jeito que sou, pois meu cabelo é
lindo. Hoje aos 21 anos eu estou com eu cabelo cacheadíssimo lindo e
maravilhoso com todo o poder que uma mulher negra de cabelos cacheados tem, quem
faz a minha historia sou eu, e o cabelo é meu. Sou cacheada sou negra sou
mulher, sou forte sou determinada e corajosa, quem quiser conte sua historia para
que possamos ajudar mais mulheres a se libertar deste paradigma que nos prende e
nos deixa dependente.
Rosení Souza Santos 21 anos.
Castro Alves- BA 2016.
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| primeira vez que tentei ficar cacheada |
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| segunda vez |
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| Agora consegui |



Amei a historia Super Recomendo Parabens...
ResponderExcluirAmei a historia Super Recomendo Parabens...
ResponderExcluirAgradecida
ResponderExcluirParabéns Linda história
ResponderExcluirBrigada a todos pela forca
ResponderExcluirParabéns amiga, que vc continue assim, certas das suas decisões
ResponderExcluirbrigada lindaa
ExcluirParabéns pela fforça de vontade e a atitude
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